Projetar a estrutura de um data center é um desafio que vai muito além do cálculo tradicional de edificações. Esses ambientes exigem precisão milimétrica, controle térmico rigoroso e resiliência estrutural para garantir a operação contínua de sistemas críticos. Diferentemente de prédios convencionais, os data centers concentram equipamentos pesados, alta densidade de energia e sistemas de climatização complexos, o que impõe demandas específicas de cálculo, dimensionamento e integração entre disciplinas.


1. Por que a engenharia estrutural é decisiva em data centers

A principal diferença entre um edifício corporativo e um data center está nas cargas concentradas e no funcionamento permanente. Racks de servidores, no-breaks (UPS), bancos de baterias, chillers e sistemas de climatização pesam toneladas — e estão distribuídos de forma irregular no pavimento.

Enquanto um prédio comercial típico trabalha com cargas em torno de 3 a 5 kN/m², os data centers podem ultrapassar 12 kN/m² em áreas técnicas, exigindo lajes e fundações reforçadas. Por isso, o projeto precisa seguir rigorosamente normas como:

  • NBR 6120 – Ações nas edificações;
  • NBR 6118 – Estruturas de concreto armado;
  • NBR 8800 – Estruturas de aço e mistas;
  • NBR 6122 – Fundações.

Essas diretrizes garantem que a estrutura suporte cargas permanentes e variáveis sem comprometer a integridade ou a operação dos sistemas.


2. Dimensionamento e controle de vibração

Nos data centers, vibrações e deformações mínimas podem comprometer a estabilidade dos equipamentos. Por isso, o dimensionamento das lajes deve prever punção, cisalhamento, flechas e ressonâncias, considerando tanto cargas distribuídas quanto pontuais.

A aplicação de modelagens em BIM e simulações de elementos finitos permite testar diferentes cenários de carga, identificar zonas críticas e projetar reforços localizados — seja em pisos técnicos, bases de chillers ou torres de resfriamento. Essa abordagem garante precisão e evita retrabalhos durante a execução.


3. Integração entre estrutura, elétrica e climatização

A compatibilização multidisciplinar é essencial. Estrutura, elétrica e climatização precisam operar em perfeita sintonia para evitar interferências entre dutos, shafts e vigas, garantindo rotas técnicas acessíveis e redundância conforme exigido pelos padrões internacionais:

  • TIA-942 – Infraestrutura de telecomunicações para data centers;
  • ASHRAE TC 9.9 – Diretrizes térmicas para ambientes de TI;
  • Uptime Institute Tier Standards – Classificação de confiabilidade e disponibilidade.

Projetos integrados reduzem custos, melhoram a eficiência construtiva e asseguram desempenho térmico consistente.


4. Controle térmico e impacto na estrutura

O sistema de climatização exerce influência direta no projeto estrutural. A disposição de corredores de ar quente e frio, os equipamentos de ar condicionado de precisão (CRAC/CRAH) e os chillers em cobertura alteram o posicionamento de vigas, aberturas e reforços locais.

Além disso, o uso de materiais de alta eficiência térmica e o correto isolamento das estruturas metálicas e de concreto contribuem para reduzir perdas energéticas e aumentar a durabilidade do empreendimento.


5. Estruturas que sustentam o futuro digital

O sucesso de um data center depende de uma engenharia estrutural precisa, segura e integrada. Um cálculo mal planejado pode gerar recalques, vibrações ou falhas que interrompem operações críticas — algo inadmissível em um ambiente de missão contínua.

Com mais de 25 anos de experiência, a Fattor Projetos une conhecimento técnico, tecnologia e modelagem avançada para desenvolver soluções estruturais sob medida para data centers e infraestruturas de alta complexidade. O resultado é um projeto robusto, eficiente e preparado para o futuro da transformação digital.


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